quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Profissão dos pais pode influenciar carreira dos filhos

Algumas das bolsas fabricadas pelo casal de artesãos Valter e Lindauria / Foto: Andressa Santos


Por Andressa Santos


A escolha da profissão que vai seguir carreira é um momento decisivo na vida de jovens, a falta de experiência e a influência dos pais podem fazer diferença nessa escolha. Na Feira de Embu das Artes o cenário não é diferente, os filhos costumam seguir a profissão de artesão dos pais.

Essa escolha não deve ser feita com pressão, recomenda-se conversar com os filhos sempre que possível e deixá-los livres para seguir ou não a mesma profissão de seus pais. São gerações diferentes e que pensam de formas diferentes e as escolhas mudam.

É o caso da família Freitas, que moram e trabalham em Embu das Artes. Valter e Lindauria têm 3 filhos e um deles seguiu a carreia deles de artesão. A filha mais velha é professora e apesar de gostar de artesanato, para ela artesanato é um passatempo, o filho mais novo é formado em recursos humanos e a filha do meio seguiu a carreira dos pais e hoje trabalha com eles. Ela se formou em Design de moda e hoje faz o projeto de bolsas que são vendidas na barraca dos pais. Para Lindaura, nunca existiu a pressão para que a filha seguisse a profissão, porém, como o atêlie deles é em casa a filha conviveu desde pequena com tecidos, tesouras e pintura. 

“Com 12 anos ela começou a cortas as calças, fazer umas calças diferentes das outras de jeans. Então eu acho que cada um é cada um, eu tenho três filhos, mas ela foi das que absorveu aquilo que eu sei, diz Lindaura”.


Eduardo e Rosimeire, filha segue a profissão do pai confeccionando jóias / Foto: Luana Viegas

É o mesmo caso de Eduardo Cavalhero e Rosimeire Cavalheiro, pai e filha, a família tem uma barraca de jóias na feira há 30 anos e Rosimeire cresceu e abraçou a profissão dos pais. Ela trabalha com eles há 10 anos e agora começou a ajudar a produzir as peças. Como mostra o anel que ela usa e que ela mesma fez. “É muito gostoso você criar, desde o modelo até a peça ficar pronta. Para mim é uma experiência nova e pretendo passar adiante futuramente para os meus filhos também.”

Rosimeire mostra o anel que ela mesma fez / Foto: Luana Viegas


Para quem trabalha na feira poder trabalhar e ser o próprio chefe é a melhor vantagem, além de conseguir sobreviver com o algo que eles amam fazer. A qualidade de vida também conta muito, “Por mais que eu ame meu trabalho e meu trabalho me dê a sobrevivência, a qualidade de vida que eu tenho é poder morar perto do trabalho, ir e vir, eu não passo o dia inteiro numa condução mas isso me dá sobrevivência”, afirma Lindaura.

Não é possível afimar que os filhos e netos das próximas gerações da família irão seguir o artesanato com tanta dedicação mas uma coisa é certa, é uma constante troca de aprendizado e valores.

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