Futebol americano ganha espaço em São Paulo

Apesar das dificuldades, times amadores se mantêm firmes e disputam campeonatos em diversas cidades da capital

Número de refugiados sírios cresce na Europa

Busca por uma vida melhor leva famílias a procurarem abrigo em países distantes do conflito

Voto consciente ajuda na escolha do bom candidato

Especialistas e cidadãos comuns falam sobre impactos que a educação pode ter no comportamento político da sociedade

Roupas adaptadas geram lucros e melhoram qualidade de vida

Mesmo com os benefícios, a pouca visibilidade dificulta investimentos na área de moda inclusiva e obrigada os empresários a aumentarem o preço das roupas

Aproveitamento integral de alimentos ajuda crianças a sairem da desnutrição

Talos, folhas, sementes e cascas estão na lista dos ingredientes que podem ser incluídos nas refeições

Profissão dos pais pode influenciar carreira dos filhos

Na feira de Embu das Artes seguir a carreira dos pais é algo frequente

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Profissão dos pais pode influenciar carreira dos filhos

Algumas das bolsas fabricadas pelo casal de artesãos Valter e Lindauria / Foto: Andressa Santos


Por Andressa Santos


A escolha da profissão que vai seguir carreira é um momento decisivo na vida de jovens, a falta de experiência e a influência dos pais podem fazer diferença nessa escolha. Na Feira de Embu das Artes o cenário não é diferente, os filhos costumam seguir a profissão de artesão dos pais.

Essa escolha não deve ser feita com pressão, recomenda-se conversar com os filhos sempre que possível e deixá-los livres para seguir ou não a mesma profissão de seus pais. São gerações diferentes e que pensam de formas diferentes e as escolhas mudam.

É o caso da família Freitas, que moram e trabalham em Embu das Artes. Valter e Lindauria têm 3 filhos e um deles seguiu a carreia deles de artesão. A filha mais velha é professora e apesar de gostar de artesanato, para ela artesanato é um passatempo, o filho mais novo é formado em recursos humanos e a filha do meio seguiu a carreira dos pais e hoje trabalha com eles. Ela se formou em Design de moda e hoje faz o projeto de bolsas que são vendidas na barraca dos pais. Para Lindaura, nunca existiu a pressão para que a filha seguisse a profissão, porém, como o atêlie deles é em casa a filha conviveu desde pequena com tecidos, tesouras e pintura. 

“Com 12 anos ela começou a cortas as calças, fazer umas calças diferentes das outras de jeans. Então eu acho que cada um é cada um, eu tenho três filhos, mas ela foi das que absorveu aquilo que eu sei, diz Lindaura”.


Eduardo e Rosimeire, filha segue a profissão do pai confeccionando jóias / Foto: Luana Viegas

É o mesmo caso de Eduardo Cavalhero e Rosimeire Cavalheiro, pai e filha, a família tem uma barraca de jóias na feira há 30 anos e Rosimeire cresceu e abraçou a profissão dos pais. Ela trabalha com eles há 10 anos e agora começou a ajudar a produzir as peças. Como mostra o anel que ela usa e que ela mesma fez. “É muito gostoso você criar, desde o modelo até a peça ficar pronta. Para mim é uma experiência nova e pretendo passar adiante futuramente para os meus filhos também.”

Rosimeire mostra o anel que ela mesma fez / Foto: Luana Viegas


Para quem trabalha na feira poder trabalhar e ser o próprio chefe é a melhor vantagem, além de conseguir sobreviver com o algo que eles amam fazer. A qualidade de vida também conta muito, “Por mais que eu ame meu trabalho e meu trabalho me dê a sobrevivência, a qualidade de vida que eu tenho é poder morar perto do trabalho, ir e vir, eu não passo o dia inteiro numa condução mas isso me dá sobrevivência”, afirma Lindaura.

Não é possível afimar que os filhos e netos das próximas gerações da família irão seguir o artesanato com tanta dedicação mas uma coisa é certa, é uma constante troca de aprendizado e valores.

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Futebol americano ganha espaço em São Paulo


Apesar das dificuldades, times amadores se mantêm firmes e disputam campeonatos em diversas cidades da capital

Time do Soldiers FA em preparação para jogo / Foto: Luana Viegas


Por Andressa Santos, Jacqueline Fernandes e Luana Viegas


Com a disseminação da internet e de canais por assinatura especializados em esportes, o futebol americano tem caído no gosto dos brasileiros. O esporte tem a cada ano cativado mais telespectadores, que além de assistirem a final da NFL (principal liga norte americana), assistem torneios amadores do esporte que acontecem no Brasil.

Cesar Augusto dos Santos, presidente e um dos fundadores do time amador Soldiers FA, que fica em Osasco, declarou que surgem por ano de três a quatro times novos em São Paulo. Segundo Santos, existem diversas dificuldades em desenvolver o esporte e criar um time sem recursos, já que a cidade tem o vôlei como foco. “Nosso time é totalmente amador, conseguimos uma bola e visitamos times mais famosos na época, até para ter experiência", relata o presidente. Hoje, a equipe está melhor tecnicamente, a cidade de Osasco cedeu um campo onde os atletas treinam e fazem sua preparação para as competições que participam.

Para José Luiz Seno Junior, head coach da equipe, ter um time de futebol americano tem suas complicações. “Falta ajuda do governo, pois não temos um campo bom, equipamentos e nem um ônibus da prefeitura para nos ajudar nos jogos”, desabafa o treinador. Seno Junior acredita que tudo isso se dá pela falta de divulgação e popularidade do esporte. “Ainda existe muita confusão entre rugby e futebol americano”, completa.

Além do futebol americano masculino, o Soldiers apresenta a modalidade feminina. Bruna Souza, uma das atletas, afirma que existe preconceito no esporte em relação às mulheres. “As pessoas acreditam que é um esporte muito violento, sempre falam mal. É comum ouvir que é um esporte para homens e que menina não joga isso”, finaliza. Apesar do preconceito, há um crescente número de mulheres aderindo o esporte em São Paulo.


Aquecimento antes do jogo / Foto: Luana Viegas
Torcida organizada / Foto: Luana Viegas
Aquecimento antes do jogo / Foto: Luana Viegas
Momento durante o jogo / Foto: Luana Viegas
Momento durante o jogo / Foto: Luana Viegas




Número de refugiados sírios cresce na Europa

Busca por uma vida melhor leva famílias a procurarem abrigo em países distantes do conflito 

Refugiados sírios / Foto Stephen Ryan
Por Luana Viegas

A Agência das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) estima que, entre 2015 e 2016, 1,4 milhões de pessoas cheguem ao velho continente. A escala da violência por grupos extremistas, em combate com as tropas do atual presidente Bashar Al- Assad, fez com que 4 milhões de sírios procurassem refúgio em países vizinhos como Jordânia e Líbano. 

Para chegar ao destino desejado, inúmeras famílias se arriscam ao realizarem travessias que, em diversas situações, acabam em tragédias, como a do menino Aylan Kurdi, encontrado morto na costa turca. Segundo a ACNUR, apenas no mês de abril foram contabilizadas 1308 mortes. 

A falta de assistência da Europa em receber os refugiados tem levantado críticas aos governos locais. “Os países europeus não estão muito interessados em receber essa leva de refugiados, a qual se intensificou muito a partir da Primavera Árabe. Ao longo de 2014, mais de 1750 pessoas morreram tentando chegar a Europa pelo mar. Ela só recebe aproximadamente 10% dessa gente que tenta fugir das zonas de conflito”, comenta a especialista Marcia Camargos.

O atual presidente Bashar Al- Assad disse a jornalistas russos que a crise de refugiados só será resolvida quando o ocidente parasse de apoiar os terroristas. “Falam da questão síria e da figura do presidente como se ele fosse o responsável por essa onda de refugiados e não do dinheiro que está sendo colocado dentro do país para destruí-lo. Esse dinheiro paga o Estado Islâmico, a Frente Al- Nusra (filiada da Al- Qaeda) e o Exército Livre da Síria”, declara a pesquisadora e especialista no conflito Claude Hajjar.

Emirados Árabes, Arábia Saudita e Catar são alguns dos países que não abrem sua fronteira para os sírios, segundo Camargos, por uma questão de hipocrisia. “Eles investiram no conflito sírio, mas exigem o visto para a população que é muito caro e difícil. É realmente uma vergonha ver esses países que tem verba fecharem suas portas, pois preferem os indianos, por exemplo, para os trabalhos básicos e não estão interessados em demonstrar a menor solidariedade aos seus irmãos muçulmanos”, reitera a especialista.

A Síria é apoiada pelo Irã, China e Rússia, que atualmente ajuda Assad a combater o Estado Islâmico. Já os Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Turquia e Arábia Saudita auxiliam os opositores ao presidente. Para Marcia Camargos, a Síria está longe de ter um momento de paz. 

“Posso fazer uma análise de que com todas essas forças antagonistas atuando na Síria, não parece haver uma saída a curtíssimo prazo. Em minha opinião, a Síria vai acabar saindo desse conflito como um país dividido. A integridade territorial poderá não ser mantida”, completa Camargos.

Já Claude Hajjar, tem uma visão mais positiva. “O futuro da Síria vai ser bom. Vai ficar difícil por algum tempo, pois tem que lidar realmente com os escombros que, em minha opinião, o mais difícil é o psicológico. Eu acredito que as pessoas vão sair mais fortalecidas de tudo isso”, finaliza.

O Brasil na rota dos refugiados

Desde o início da guerra, o Brasil foi o país que mais recebeu refugiados na América Latina, 2,077 segundo o Comitê Nacional para Refugiados (Conare). Os que chegam ao país são enviados a organizações como o Instituto de Reintegração do Refugiado.

Ahmad Serieh é um arqueólogo sírio que mora em São Paulo há seis anos. Atualmente, além de trabalhar com projetos de arqueologia, arte e civilização, é professor de língua árabe clássica e popular na Biblioteca e Centro de Pesquisa América do Sul Países Árabes (BibliASPA). Segundo Serieh, o Brasil é um ótimo país para morar.

“A minha experiência no Brasil está sendo ótima. O povo brasileiro é muito acolhedor e gentil. Também tem muito interesse na cultura, tradição e culinária árabe”, comenta Serieh. O fato de São Paulo ter uma história com a imigração sírio-libanesa contribui para o acolhimento caloroso dos que chegam na cidade. 

“Os refugiados e imigrantes da Síria, ou de qualquer outro país, não têm muita dificuldade em se adaptar. Eles aprendem rápido a língua portuguesa, os costumes e como viver na sociedade”, conclui. 

Apesar da fácil adaptação com o idioma, uma parte dos que chegam ao Brasil demoram em conseguir um trabalho fixo. Os baixos salários e a dificuldade em validar o diploma nas empresas estão entre os problemas mais comuns. A falta de oportunidade também se dá pelo fato da religião. Casos de terrorismo, como o que aconteceu no mês de novembro em Paris, contribuem para o desprezo e abandono dos refugiados.

Voto consciente ajuda na escolha do bom candidato

Especialistas e cidadãos comuns falam sobre impactos que a educação pode ter no comportamento político da sociedade

Posto de justificativa de votos no Pátio Brasil, em Brasília - DF, Brasil / Foto: Elza Fiúza 


Por Zivalda Alves

Para falar sobre o voto consciente e o impácto da educação no comportamento político da sociedade, o portal A Pauta conversou com Luci Bonini, Dra. em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), coordenadora do Mestrado em Políticas Públicas da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) e da área de educação e política do Movimento Voto Consciente, Ana Cláudia Chaves Teixeira. A especialista recebeu o Prêmio Capes 2014 com a sua tese Para além do voto: uma narrativa sobre a democracia participativa no Brasil (1975-2010) e também com cidadãos comuns.

Segundo Bonini, a educação política pode ser conceituada como a própria educação. Como apresenta a própria LBDEN 9394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional): educação deve ser compreendida como processo de formação humana, e é um dever da família e do Estado. “A formação política do cidadão vai além da sala de aula e o conceito de educação política está na lei, mas não está no coração dos homens”, relata Luci Bonini.

De acordo com Ana Cláudia Chaves Teixeira, a escola em geral não trata da política e não tem dado a devida importância ao ensino político. "Por isso, se vê tanta gente com diploma universitário e ao mesmo tempo um analfabeto político", analisa. Teixeira acredita também que o Brasil não é um país que vota consciente. "Chega na hora da eleição, ele vota meio às cegas, sem saber direito o que está fazendo, vota por obrigação", afirma. Ela disse ainda que falta informação para que as pessoas possam ter mais consciência na hora de votar. "Os candidatos deveriam prestar mais contas do que fazem e as pessoas deveriam monitorar mais seus eleitos", declara. 

Na concepção da atriz e jornalista Zilma Barros que, apesar dos seus 62 anos de idade, ainda exerce o seu direito e dever de cidadã, a educação política é ler a respeito, entender o processo e, com isso, formar sua própria opinião. "O eleitor mais escolarizado tem maiores condições de analisar os candidatos e escolher o que melhor irá representá-lo. O Brasil não é um país que vota consciente, algumas regiões mais desenvolvidas têm essa consciência, a grande maioria vota visando apenas seu interesse pessoal", afirma. 

Já para o educador popular em saúde Walter Marques, a educação é o único instrumento que possibilita ao ser humano se libertar das banalidades que lhe cerca, tornando-o capaz de reconhecer seus direitos e obrigações. "A frase do Bertolt Brecht, dramaturgo alemão, define com precisão a falta de conhecimentos políticos: o pior analfabeto é o analfabeto político, ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos". Para Marques, o Brasil não é um país que vota consciente.

Saiba mais
O Movimento Voto Consciente é um grupo sem vínculos partidários, isto é, um observatório das ações daqueles que legislam e decidem em favor ou contra o cidadão, de olhos abertos no poder legislativo. O movimento acredita que seja, realmente, implementada uma educação política em todos os cantos da cidade. 

Dados do Tribunal Superior Eleitoral mostram que eleitores entre 16 e 17 anos passaram de 2,3 milhões, em 2010, para 1,6 milhão, segundo a reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, em julho de 2014.










Roupas adaptadas geram lucros e melhoram qualidade de vida

Mesmo com os benefícios, a pouca visibilidade dificulta investimentos na área de moda inclusiva e obrigada os empresários a aumentarem o preço das roupas

Moda Inclusiva / Foto Renata Margareth


Por Renata Margareth


Investir em roupas adaptadas pode gerar lucros e melhorar a qualidade de vida dos deficientes. Segundo o IBGE, no Brasil há mais de 45 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência. Mesmo assim, ainda há setores que não investem neste público, como o setor têxtil.

É uma tarefa complicada comprar roupas, principalmente quando se tem alguma deficiência. A estilista Michelle Simões conta quais são os obstáculos na hora das compras. “A maior dificuldade que encontro é quando vou colocar uma calça e ela fica presa no quadril ou quando vou, por exemplo, em uma loja e não posso experimentar a calça porque não tem provador”, desabafa. Pela falta de acessibilidade e despreparo dos profissionais, os deficientes ficam insatisfeitos com o atendimento nas lojas.

Moda Inclusiva é quando um estilista pensa em criar peças adaptadas para seus clientes, ou seja, desde o croqui (desenho) até a confecção das roupas se é pensado nos detalhes que facilitam a vida dos deficientes. “A moda inclusiva ajuda o deficiente a ter voz de escolha e conforto em se vestir para várias situações rotineiras, que antes com a moda convencional não seria tão prático”, relata Gabriela Sanches, diretora do Concurso Moda Inclusiva realizado pela Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência.

Por ser uma área inovadora, é uma grande chance de surgir novos empresários. Ana Paula Peguim, coordenadora da Unidade de Atendimento Individual do Sebrae-SP, conta por que é lucrativo investir neste setor. “As pessoas com deficiência são grandes consumidores de produtos e serviços voltados para sua necessidade, a moda inclusiva não é apenas uma solução para se vestir ou proporcionar qualidade de vida, mas como também inserir essa pessoa no mercado e na sociedade”, declara. Os profissionais que investem nesta área, além dos lucros, possuem a satisfação de proporcionar autonomia aos deficientes.

Como há poucas lojas que oferecem estes produtos, os preços variam de R$ 100,00 à R$ 400,00, não são todos que possuem condições financeiras para comprar as roupas. A fisioterapeuta Dariene Rodrigues, criadora da loja virtual Lado B Moda Inclusiva, diz quais são as dificuldades em comercializar produtos adaptados. “A gente tem um custo, ainda um pouco alto, o qual é devido ao número pequeno de peças confeccionadas, mas também porque a gente acaba utilizando uma quantidade bem maior de tecido comparado a uma calça jeans normal. Os tecidos que utilizamos são bem mais caros”, comenta Rodrigues. As etapas da produção acabam encarecendo o produto final.

No Brasil, a moda inclusiva tem pouca visibilidade, o que dificulta novas ideias e investimentos nesta área. Em um futuro bem próximo, novas lojas e profissionais podem surgir, já que existe uma grande demanda vinda deste público.


Ouça a reportagem especial


Aproveitamento integral de alimentos ajuda crianças a saírem da desnutrição

Talos, folhas, sementes e cascas estão na lista dos ingredientes que podem ser incluídos nas refeições

Aproveitamento de alimentos/Foto Sind. Rural de Cruz Alta

Por Jacqueline Fernandes


Quando pensamos em desperdício de alimentos, não podemos esquecer que isso causa, além da fome, o gasto indireto de luz, água, adubo e solo. O Brasil é um dos países que mais destinam às lixeiras alimentos em bom estado ou partes dele que poderiam ser utilizados em outros pratos. Mas, o desperdício não ocorre apenas na mesa do brasileiro, ele ocorre 10% no campo, 50% no manuseio e transporte, 30% na comercialização e 10 % no varejo e consumidor final.

Para a Nutricionista da Pastoral da Criança de Osasco e Região,  Zilda Nascimento, é possível evitar o desperdício "com uma colheita e  transporte adequados, além de cuidados que devem ser levados em consideração como a embalagem, o tempo e a temperatura para transportar os alimentos". Mas, por conta da pressa para entregar-lós, o que vemos é o contrário, pois frutas legumes e verduras são transportados sem nenhum cuidado, o que compromete seu estado.

Para Rosalina Camargo, cozinheira da Pastoral da Criança, o trabalho de reeducação alimentar para aproveitar os alimentos por inteiro é árduo, mas muito necessário para famílias de baixa renda. Talos, folhas, sementes e cascas podem retirar crianças da desnutrição por terem nutrientes essenciais para o corpo humano, muitas vezes em maior concentração do que em algumas frutas, por exemplo. Além disso, se você aproveitar integralmente  20% dos alimentos que vão a sua mesa diariamente,  poderá obter até  R$ 90,00 por mês de economia na área de frutas e verduras.

"Aprender a aproveitar os alimentos foi extremamente importante para mim. Em certo momento eu não tinha dinheiro para alimentar meus filhos, foi ai que aprendi a fazer bolo com casca de frutas, como com a casca de banana, por exemplo. Aprendi a fazer também remédios caseiros com casca de abacaxi e outras coisas, isso me abriu os olhos para o que eu jogava fora. Depois que aprendi as receitas, meu filho saiu da anemia e minha família  agora sempre tem opções gostosas e diferentes para comer. Os amigos dos meus filhos comem bolo de casca de banana e acham uma delícia", contou Silvania Maria dos Santos, participante do projeto de reeducação da Pastoral da Criança.